13 de março de 2018

Resenha: O sofá laranja

Título: O sofá laranja
Autora: Fania Benchimol
Sinopse: Um maço de cartas é encontrado por entre as folhagens do Central Park, em Nova York. Todas as mensagens são assinadas por uma mesma mulher, Susan, e endereçadas a um mesmo homem, Sam. E todas foram escritas num mesmo mês: janeiro de 2002. “O inverno é penoso e te escrever quase me faz sentir corajosa, valente de um jeito que nunca precisei”, descreve a primeira missiva da série.

Mas quem é Susan, que assina todas aquelas cartas? E Sam, o destinatário silencioso? Quais laços os unem, e quais segredos ainda pesam sobre a memória de uma vida em comum? Ao reproduzir essa peculiar correspondência, O sofá laranja vai montando um delicado quebra-cabeças, que desvenda aos poucos a face de ambos os personagens e a rede de tensões e afetos que constrói a sua história em comum.

Susan e Sam viveram juntos por quarenta e sete anos, seis meses e quatorze dias, revela uma das cartas. Compraram, com certo esforço, um sofá laranja, testemunha aconchegante das metamorfoses da vida. Tiveram uma única filha, Glória, que agora visita a mãe ao lado de um rapaz magro e esquisito. Gostavam de comer cookies e de tomar chá juntos. Mas, nas mensagens de Susan, é a ausência de Sam que se destaca. Ao narrar para o ex-companheiro os detalhes de sua rotina solitária, ela vai construindo também um sutil suspense em torno dos passos que a levaram à solidão. Um segredo ronda as linhas escritas pela missivista – que mistério será esse?
Editora: Tinta Negra
Avaliação: 

O sofá laranja é um romance epistolar escrito através de cartas encontradas no central park. As cartas são escritas por Susan a Sam. Nelas Susan descreve um pouco da sua rotina, passando pelas memórias do passado e do marido que ainda permanecem na sua mente. A história narrada pelas cartas vai revelando aos poucos os fatos que aconteceram na vida de Susan, com o passar do tempo descobrimos que Sam foi seu marido e que foi no sofá laranja comprado logo após o casamento que esteve presente em vários momentos de união em família. 

Com o passar dos dias na carta vemos como a vida de Susan se tornou solitária, os fatos eram praticamente os mesmos, as visitas eram uma rotina semanal para não quebrar-se velhos hábitos, ela havia também alugado um quarto para uma moça japonesa para ajudar nas despesas, e aos poucos vamos construindo o quebra-cabeça que compõe esse romance epistolar.

Além de contar do dia a dia nas cartas Susan relembra o passado e em dado momento percebemos que também há um segredo escondido em meio a tantos anos de relacionamento, que me surpreendeu e me fez repensar em tudo que eu já tinha lido até o momento. 

É um livro pequeno, mas de uma leitura intensa e repleta de emoção. Através da sensibilidade com que Susan expõe a sua solidão viajamos com ela para dentro das cartas e sentamos no sofá laranja como expectadores da verdade daqueles sentimentos relatados a cada página, e vemos como uma tragédia como a de 11 de setembro pode afetar imensamente e é esse o grande fator que tornou Susan uma mulher solitária que vive através de lembranças e memórias num presente repetitivo e cansativo. Recomendo a leitura, pois o livro contém um certo mistério, uma escrita sensível e cartas inesquecíveis feitas com amor e solidão.
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