21 de dezembro de 2013

Resenha: Cinquenta Tons de Cinza

Título: Cinquenta Tons de Cinza
Autora: E. L. James
Sinopse: Quando a estudante de literatura Anastasia Steele entrevista o jovem bilionário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que o deseja e que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Christian admite que também a deseja - mas em seus próprios termos.
Chocada e ao mesmo tempo seduzida pelas estranhas preferências de Grey, Ana hesita. Por trás da fachada de sucesso - os negócios multinacionais, a vasta fortuna e a amada família- ele é um homem atormentado por demônios do passado e consumido pela necessidade de controle. Ao embarcar num apaixonado e sensual caso de amor, Ana não só descobre mais sobre sus próprios desejos, como também sobre os segredos obscuros que Grey tenta manter escondidos.

Editora: Intrínseca
Páginas: 480
Avaliação:

Como já disse no post anterior estava entrando em uma ressaca literária e resolvi pegar um livro lido anteriormente e escolhi esse, que no momento estão gravando a sua adaptação para o cinema. Estou curiosa para ver como será essa adaptação.

Dá primeira vez que fiz a leitura desse romance eu gostei bastante da história, fiquei envolvida demais pelos personagens e devorei o romance em dois dias, bem hoje eu digo que a minha atração pela história e pelos personagens se manteve igual, porém em alguns pontos eu tenho mais críticas a fazer do que tive ao ter o primeiro contato com o livro.

Na minha opinião a Anastácia é uma personagem fraca, o que reflete na sua narrativa da história, já que é contada pelo ponto de vista dela. O perfil da personagem é de alguém muito desajeitada, tímida e ingênua, tudo isso em excesso. Sendo desajeitada logo ao primeiro encontro com Christian Grey, o que ela não tinha noção nenhuma ser tão jovem e bonito, ela cai de quatro e desperta nele um desejo nada convencional. Durante o primeiro contato fica claro a mania de controle presente no bilionário e a completa insegurança que esta dentro de Anastácia, sempre tímida e corando excessivamente diante algumas perguntas e respostas que ele dá durante a entrevista feita pela sua amiga Kate.

Após esse primeiro contato Christian Grey começa a sua "perseguição" à aquela garota, com a desculpa de haver um negócio a ser resolvido naquela região, e na qual Anastácia leva ao pé da letra e sue inconsciente sempre lhe diz que ele não está lá para vê-la. A insegurança dela é um dos pontos que também me irrita, pois na cabeça dela ele vai sempre fugir, ele não a ama e por ai vai, Ana tem sempre os melhores argumentos para destruir a sua autoestima. Outro problema que identifiquei na personagem foi a sua sombra, a sua deusa interior, como ela usa essa expressão para descrever os seus sentimentos em relação as situações que lhe ocorrem, isso me enlouqueceu durante a leitura, chegou um momento que revirava os olhos ao ler essa expressão, usada no livro 52 vezes. Uma característica engraçada em Annie é colocar apelido nas pessoas e nas coisas, como por exemplo: Sr. Cabeça Raspada (para Taylor) e quarto vermelho da dor (quarto de jogos), Sr. Confuso (Christian) entre outros, isso trouxe algo descontraído a personagem, juntamente com a sua dificuldade de seguir as regras que Christian tentava lhe impor para que ela se tornasse sua submissa, criando um desafio novo e desconhecido para o rapaz que antes dela só conhecia um estilo de relacionamento.

Agora vamos falar de Christian, a parte eletrizante e enervante da história. Christian é um jovem empresário, com uma conta bancária bilionária e que foi fodido 50 vezes, de 50 maneiras diferentes e em 50 tons diferentes. Ele tem uma imagem degradante de si próprio, ao mesmo tempo que mantém uma fachada externa segura, autoconfiante e muito reservada para o mundo além dos negócios. Ele é uma pessoa difícil de lidar e desde as primeiras páginas do livro é notável seu desejo de manter tudo e todos ao seu redor sobre o seu controle, além de ser um excelente perseguidor, uma característica péssima que ele possui, mas que torna o personagem mais interessante.

Além de controlador e perseguidor, o jovem bilionário é um cara nada convencional, com seu estilo de vida BDSM. Em momentos ele é muito carinhoso, e protetor, apesar de não compreender muito bem os sentimentos que desenvolve por Anastácia, na mente dele é algo mais simples do que amar, pois eu acredito que ele pense não ser capaz de ter esse sentimento e nem que uma mulher sinta isso por ele, e em outros ele parece um cavaleiro das trevas.

"- De que crônica medieval você escapou? Parece um cavaleiro cortês.
Seu estado de espírito muda visivelmente. Ele fica com um olhar bem mais suave, uma expressão mais calorosa e um vestígio de um sorriso aparece em seus lábios.
- Acho que não, Anastácia.Cavaleiro das trevas, talvez - Seu Sorriso é sarcástico e ele balança a cabeça - " (página 65)

Christian é um homem de momentos e com um temperamento muito instável, em um instante ele pode estar rindo de alguma piada da Anastácia e noutro segundo querer castigá-la por ter revirado os olhos para ele. Eu o vejo como um jovem sedutor, rico,excêntrico e que domina muito bem os meios de persuasão e é extremamente protetor com Ana, só ela não enxerga isso. O Sr. Grey teve uma infância dura, a qual ele reluta para contar a sua "amada", pois tem medo de perdê-la ao revelar o que sofreu quando criança, ao revelar receio ele mostra o quanto a ama e o quanto tem medo de perdê-la por não considerar-se digno dela tendo sofrido tanto quando pequeno. Apesar de sempre negar ser um romântico e dizer que não faz amor, Grey não consegue resistir aos encantos da jovem desajeitada e sempre pergunta a Annie que tipo de feitiço ela lançou sobre ele e se revela um romântico sem que perceba, eu acho fofo quando ele a leva para viajar no Charlie Tango, a um passeio no planador, jantares, conhecer a família, entre outros pequenos gestos que o tornam um homem sensível.

"Anastácia, você deve se afastar de mim. Não sou homem para você.
Eu não namoro.
Não sou o tipo deu manda flores.
Eu não faço amor" (página 207)

O que torna Christian um cavaleiro das trevas é seu estilo de relações que envolvem dominação e submissão, e leva o casal ao limite total entre o que ele esta acostumado e ao que ela nem sabia que poderia existir. Grey sempre alertou Ana que era diferente, que não servia para ela, tentou manter-se distante, mas não conseguiu resistir e aos poucos foi preparando o terreno para lhe mostrar o que ele gostava. No primeiro momento em que Annie entra no quarto de jogos ela se vê novamente no século XVI, em uma câmara de tortura elisabetana e fica chocada ao saber o que ele pretende fazer naquele quarto com ela, caso ela assine o contrato e aceite o tipo de relação Dom/Sub proposta por ele. Uma relação ao estilo bate que eu gamo, construída com dificuldades de adaptação de ambas das partes, pois ele tem que aprender a ceder e a perceber que tem concepções diferentes em relação ao amor, o que leva os personagens ao limite emocional e físico durante a narrativa.

Sobre Kate, a melhor amiga de Anastácia posso dizer que ela gosta demais da amiga e é capaz de enfrentar a fera dominadora que é o primeiro homem por quem a jovem Ana se apaixonou e no qual ela percebe que tem algo de muito errado, mas não imagina nem de longe o problema que ronda esse relacionamento. Kate divide o apartamento com Ana e, é o oposto da outra, extrovertida, segura, brincalhona, trazendo um equilíbrio na amizade das duas.

José é o melhor amigo de Ana, porém sempre quis ser mais do que isso e ela sempre deixou bem claro que dele só esperava amizade. José é um bom amigo, um excelente fotógrafo entretanto a partir do momento em que estava com Anastacia em um bar, com ambos bêbados, ele tentou força-la a ficar com ele, mesmo ela se recusando ele insistia, só não conseguiu nada por que Christian chegou e impediu. Depois disso eu achei que ele ficou meio irritante, não dando um tempo para Anastácia respirar.

A família de Christian é um amor, apesar deles acharem que o filho era uma espécie de celibatário ou gay e nunca fosse encontrar alguém. São uma família unida pelo amor, pois Grace e Carrick adotaram três crianças e lhes educaram formando uma família unida, exceto por Christian que não compreende todo amor direcionado a ele pela família que lhe acolheu. Grace é uma pediatra que é um doce de pessoa, e fica esperançosa ao conhecer a namorada do filho. Mia é extrovertida e faladeira, me divirto no jantar em família quando ela começa a falar francês sem perceber e todos os olhos se voltam para ela. Ethan é o irmão mais novo de Christian, e é completamente extrovertido e carinhoso, aliás, ele não poupa carinhos em público ou não com Kate.

Não sei como quase pude me esquecer de comentar a irritante Mrs. Robison, a pedófila, segundo Anastácia, concordo com a protagonista da história. Mrs. Robinson é a senhora com gostos exóticos que apresentou e fez com que Christians e torna-se adepto ao estilo de vida BDSM, e ele nunca a viu com maus olhos e mantém uma amizade e um relacionamento profissional com Elena. Quem não gosta nada da ideia do seu amado sair com a sua ex-amante, não sei termo melhor para classificar essa mulher, e surta quando descobre que ele esteve com ela. Eu acho um ciume normal vindo da parte da Ana, mas ela pressiona o Grey demais enquanto ele não vê nada de anormal na amizade que ele mantém com ela, e também não percebe o quanto  isso faz mal ao relacionamento atual dele.
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